Em um país com o nível de pobreza do Brasil, não se imagina que a cultura ainda teria um espaço tão grande na vida e no bolso da população. Não importando a classe social, de acordo com o IBGE, o consumo com cultura assume o quarto ou sexto lugares na lista de gastos familiares, dependendo da categoria em que enquadramos os gastos com telefonia, que pode ser vista ou não como item de entretenimento.
Se considerarmos o elemento telefonia (que engloba telefone fixo, celular e internet) dentro do quesito cultura, a família brasileira coloca esse item em quarto lugar na lista (atrás de Habitação, Alimentação e Transporte) com 7,88% da renda mensal. Isto é, em uma família com renda de 2 salários mínimos, há um gasto de quase 100 reais mensais com cultura. Se não consideramos Telefonia, os gastos limitam-se a 4,4%, ou pouco menos de 50 reais para a mesma renda, e o item despenca para o discreto sexto lugar da lista (perdendo posições para Saúde e Vestuário).
Verifica-se, então, que no consumo de cultura o maior dispêndio das famílias é com telefonia, em todas as faixas de rendimentos. Sequencialmente, a aquisição de eletrodomésticos ligados à atividade cultural e às atividades de cultura, lazer e festas são os dois grupamentos de maior peso na composição dos gastos familiares.
As estatísticas revelam que, quanto menor a faixa de rendimento familiar, maior o porcentual gasto na aquisição de equipamentos eletrônicos. As práticas domiciliares – televisão, vídeo, música e leitura – são responsáveis por 85% dos gastos familiares, enquanto que as classes mais altas procuram atividades externas e eventos de grande porte, além da aquisição de livros e periódicos para o entertenimento.
Além desse dado, verificou-se que a família que tem como pessoa de referência alguém com ensino superior, gasta dez vezes mais com cultura do que uma família que possui a pessoa de referência sem instrução alguma. Mostrando, assim, que instrução (ou seja, educação) está diretamente ligada à aquisição e ao consumo de cultura pelas pessoas.
Mas se você está gastando mais do que devia e procurando onde poupar, aqui vão algumas dicas da Dra. Fernanda Guimarães para enxugar o orçamento cultural.
1 – Você assina algum jornal ou revista periódica? Muito bom, mais cultura para a família. Tente responder essas duas perguntas: 1) Você leu a reportagem da capa da revista da semana passada? 2) Leu os jornais da semana passada diariamente? Caso a resposta seja negativa, tente repensar sobre a relação aproveitamento e despesas com este serviço. Está realmente valendo a pena?
2 – Chuteira velha também faz gol. Não precisa comprar uma chuteira nova todo ano. Mesmo contendo tecnologias cada vez mais avançadas, ainda não foi inventada uma chuteira que causasse um aumento no potencial do atleta significativo ao ponto de pagar o investimento. Enquanto a sua estiver em condições de uso, utilize-a. São os seus pés que deverão avisar o momento da necessidade de comprar um novo par de chuteiras e não o comercial de televisão.
3 – Trocar de celular todos os anos? Qual é o objetivo do celular? Basicamente, telefonar e enviar mensagens de texto. Todas as outras funções são adicionais e servem para tentar o consumidor a pagar um valor mais elevado por um aparelho que estará desvirtuado de suas funções principais. Celular da moda é aquele que permite você efetuar sua ligação ou enviar sua mensagem na hora desejada.
4- Fique ligado nas promoções dos cinemas. Cada rede costuma oferecer um dia mais barato ou uma promoção especial (como a do beijo do cinesystem, por exemplo), que reduz em até 50% o valor do ingresso. Informe-se também sobre os convênios dos cinemas: correntista Unibanco/Itaú, por exemplo, paga meia entrada no Unibanco Arteplex em qualquer dia da semana, assim como cliente Claro Clube tem a mesma vantagem na rede Cinemark. O Cinemark conta ainda com uma promoção para quem utilizar o cartão de crédito Bradesco ou American Express Membership Card, que além de pagar meia entrada, ainda paga metade do preço no combo de pipoca + refrigerante.
Por Gabriela Maslinkiewicz
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