quinta-feira, 28 de abril de 2011

Cartão de Crédito: mocinho ou bandido?

Comprar parcelado é mania de brasileiro. E, segundo pesquisa encomendada por uma bandeira de cartões, as mulheres resistem menos àquelas ofertas em-doze-vezes-sem-juros. Se a prestação cabe no bolso, não importa que a soma delas supere duas vezes o valor do produto? Os juros têm um efeito semelhante às drogas. Quem percebe que não vai conseguir pagar suas dívidas, logo faz outro empréstimo ou faz mais compras parceladas, como se adiar o pagamento quitasse a prestação. Ao receber as contas do mês, também não vai adiantar simplesmente jogá-las no lixo e dormir como se nada tivesse acontecido. Esqueça o esquecimento como saída das dívidas. É preciso conhecer cada um dos débitos para renegociá-los bem e em valores que realmente caibam no orçamento, não comprometendo mais que 20% dos seus ganhos.

Quanto ao cartão de crédito, discordo de quem o considera apenas um bandido. Ele é uma navalha: um instrumento fantástico quando usado de forma correta e uma forca se utilizado como empréstimo pessoal. Não é ótimo comprar um produto pelo preço à vista e pagar somente daqui a 30 dias? Por aproveitar esta vantagem, nenhum economista o condenará. Mas é equívoco não quitar a fatura no vencimento, pagar aquele valor mínimo e entrar no crédito rotativo. Se for para adquirir empréstimo, por que fazer isso com os juros mais altos do mercado? Na ponta do lápis, é mais vantajoso entrar no cheque especial para pagar o cartão, de tão elevados que são os juros deste último. Voltando aos americanos, como bem disse o presidente Thomas Jefferson: “Jamais gaste seu dinheiro antes de tê-lo.” Assim, a solução para o dilema é somente utilizar o cartão de crédito se tiver certeza de que poderá pagar o total da fatura na data do vencimento.

Objetivamente, há certos hábitos que contribuem para nossa incapacidade de economizar, os quais precisam ser substituídos por uma repetição salutar de escolhas. Quando economizamos, precisamos saber não apenas porque, mas também para que o estamos fazendo. Habituar-se a viver bem com as finanças é fácil. Supere-se repetindo somente o que já deu certo para você.

Por Fernanda Guimarães

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